sábado, 5 de março de 2016

O ÓRFÃO DE QUALIDADES ÉTICAS


"Assisti ao discurso do ex-presidente Lula da forma  mais isenta possível e mente aberta.

Obviamente não esperei grandes mudanças, mas imaginei que haveria um pouco de auto-contrôle como demonstração de inteligência. 

Aguardei alguma demonstração de contenção, se não por gestão de imagem, mas como medida destinada a não aumentar a grande fogueira dos ódios deste país. 

Imaginei que, dado o momento inédito em sua vida, manifestaria algum respeito aos milhões de brasileiros cujas mentes não se curvam à retórica barata. 

Em vão: palavras vazias, em uma fala recheada de clichês e tolices, plena de auto louvação, piadas grosseiras, delírios narcisistas e frases piegas que comoveriam apenas pré-adolescentes ou amigos encharcados de boa vontade. 

Houve, ainda, uma revisita a dois clássicos: a velha estratégia vitimista sobre a perseguição movida pelas elites por ser o redentor dos pobres e o desejo sádico de alimentar um pouco mais o ódio que hoje divide seus compatriotas. 

Observei-lhe o rosto contorcido, a expressão raivosa, a incapacidade de se reconhecer como cidadão comum submetido às leis do país e entendi: Lula hoje accredita piamente na imagem que ele e seus aduladores criaram. 

Para ele, é inadmissível que seja investigado ou conduzido a depor; trata-se de falta de respeito. Logo ele, tão grandioso, dotado de tal inteligência que chega a mencionar com desprêzo os que dedicam longos anos ao estudo.

Atrás dele, uma multidão aplaudia, mesmerizada. Então me veio à memória uma história que se conta sobre Julio Cesar. Ao entrar triunfante em Roma, quase semideus em sua dourada carruagem, trazia consigo um escravo que o prevenia contra os excessos da vaidade, lembrando-o, de tempos em tempos: "Memento mori!" (Lembra-te de que és mortal!).

É uma pena que Lula não tenha entre os seus quem o alerte para os excessos intoxicantes da vaidade que cega. 


É uma pena que Lula ame apenas a si mesmo e não ao país, transformando uma parte significativa de nossa população em inimigos sobre quem açula seus cães. 

É uma pena que ninguém lhe diga, francamente, que o rei está nu, que sua habilidade de comunicação só funciona para dois segmentos: os que se renderam a essa nova forma de fanatismo criada por seu partido e a parcela da população cuja ausência de educação é louvada como vantagem e não como vergonha. 


Despido de riquezas morais, passará à história como fanfarrão histriônico. 

Órfão de qualidades éticas, não consegue reconhecer que ultrapassou todos os limites. 


Desabituado à reflexão, não vê além dos limites das necessidades básicas. 

Embriagado pela bajulação, não consegue ver nas críticas de milhões de brasileiros a advertência severa para seus excessos. 

Tudo isso, Lula já havia demonstrado sobejamente em ocasiões anteriores. Hoje apenas reafirmou, em rede nacional, que desconhece o significado da palavra grandeza."

O texto acima foi brilhantemente escrito pela colega  jornalista Sonia Zaghetto e tomo a liberdade de fazer minhas as suas palavras pelo tanto de oportuno, de cristalino em seu descortino, de fiel à beleza de nosso idioma culto e  pelo distante que se coloca da enorme vulgaridade lingüística que tem dominado os meios de comunicação do país. 

Precisamos de mais Sonias Zaghetos, de mais ortodoxia nas redações e de mais cidadãos indignados nas ruas exigindo ética, moralidade e civismo daqueles que deveriam nos representar, mas tudo o que fazem é legislar em causa própria e à revelia dos princípios republicanos.

Um comentário:

  1. Meu nome é Erno, eu me impressiono como um partido conseguiu criar esta carapaça em volta de um santo do pau oco. Eu vejo alguns amigos e parentes usam sempre os mesmos termos e alegações em defesa de alguém que hoje em dia é indefensável, parece que eles tem uma cartilha ou um beabá para sempre falarem a mesma língua, é impressionante como a visão destas pessoas se limita a centímetros do nariz, e não enxergam o câncer que esta se instalando nas entranhas verde e amarela, manchando com o rubro terror do pseudo socialismo onde uma minoria privilegiada extorque as riquezas e ainda sorri ironicamente para o povo que que os aplaudem como que em um estado hipnótico. Diga-se de passagem o socialismo só ainda esta em atividade em países falidos. Quando nos damos esmolas nos estamos contribuindo para que a ambição salutar em melhorar de vida seja aniquilada, a motivação seja banida e o pecado capital da preguiça seja instaurada. Bolsa disto e daquilo não movimenta a economia, é uma falsa ideia pregada pra a compra legal de votos usando a máquina administrativa. Empresas sólidas, gerando emprego, sim estas fazem o capital girar, movimentar e criar expectativas positivas. Desculpe-me a intromissão em seu blog e a empolgação a qual tive de me conter, pois acho que escreveria muitas linhas como desabafo. e não é o caso aqui. Esta de parabéns, continue não pare. Forte Abraço

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