domingo, 15 de março de 2015

QUANDO AS TOGAS FICAM VERMELHAS

O Brasil de hoje está em temperatura de ebulição. Não, não estamos falando de clima, apesar de tórrido, mas de um outro clima, este ainda mais causticante: o das ruas, das redes sociais, dos meios de comunicação que ainda resistem fora da folha de pagamento do status quo brasiliensis. Falamos do sócio-político-econômico, o que nos afeta diretamente no bolso, nas oportunidades de trabalho, nas liberdades individuais, na educação, na segurança, na saúde, no transporte, na qualidade de vida, nos valores morais e, sobretudo, nesse sentimento difuso que é o de ser brasileiro e sentir-se bem com esta condição de cidadania.

Após o país ter assistido, impotente, ao mais descarado, mais eivado de ilegalidades e mais infame dos processos eleitorais da história, eis que do inesgotável estoque de mentiras que compõe o DNA petista e contamina seus aliados, surgem as verdades que destoam das cores falsas com que o marketing político dessa corja aboletada no poder pinta seu país imaginário, esse paraíso terrestre tão invisível quanto inexistente. Assim, tudo aquilo que fora atribuído à perversidade da oposição torna-se imperiosa necessidade e justifica-se, não com um mea culpa, que isso inexiste na cartilha vermelha, mas com outra mentira: o recrudescimento de uma delirante crise internacional que afeta exclusivamente nosso país... 

Contra fatos não há argumentos. Fatos e dados são o que, em síntese, podem produzir os retratos fiéis da realidade. Fora disso resta a retórica anacrônica da esquerda caviar cubano-bolivariana que segue capitaneando o mais escandaloso esbulho de cofres da história das repúblicas; resta a audácia de zombar da capacidade alheia de compreender as reais motivações das ações de quem jamais desejou nada diferente daquilo que os levou às prisões ou à fuga do país; resta a raiva do período militar que hoje tentam rotular de ditadura e que agora, instalados nos quatro cantos do poder graças à uma anistia ampla, geral e irrestrita, querem  anular as verdades unilateralmente para reescrever a história com mentiras; resta o medo de ver a exposição de sua nudez, sob o risco iminente de nova prisão, com o acúmulo de provas irrefutáveis de sua eterna vocação para o crime.

Os fatos remetem ao aparelhamento do Estado, remetem à montagem de um detalhado processo de corrupção com vistas à perpetuação no poder e ao enriquecimento da cumpanherada. 
Os fatos dão conta de uma rede capilar extensa abrangendo os três poderes, grandes empreiteiras e a quase totalidade da grande mídia. Os fatos, apenas pelo que já aflorou, por si só já justificariam a cassação do diploma presidencial, de acordo com a Lei 9.504 de 30 de Setembro de 1997 que dispõe sobre eleições e diz no Parágrafo II do Artigo 30-A:  "Comprovados captação ou gastos ilícitos de recursos para fins eleitorais, será negado diploma ao candidato, ou cassado se já tiver sido outorgado". Precisa desenhar ou já deu para entender?   
Os fatos apontam para existência de uma excrescência manipulando as ações de uma penca de partidos, todos alinhados com a foice e o martelo que tanto seduz a quadrilha de lesa-pátrias que nos vêm tungando há treze anos, mas a mídia, majoritariamente a soldo, ignora a existência do Fôro de São Paulo e nada publica a respeito. 
A Constituição em vigor, no Capítulo V, Dos Partidos Políticos, Artigo 17, Ítem II cita explicitamente a "Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros, ou de subordinação a estes".  Ainda, no Parágrafo 4:  "É vedada a utilização, pelos partidos políticos, de organização paramilitar".  
Fôssemos um país institucionalmente sério e não só o PT, mas todos aqueles partidos signatários do Fôro já estariam extintos pela justiça; ocorre entretanto que nossas togas são vermelhas, há o pleno aparelhamento do judiciário e, ali, o viés ideológico sobrepõe-se às letras da lei. Em nome do partido que para a quadrilha que o comanda é o próprio Estado a seu serviço, tudo se faz permitido; no desvio da função, no rol da corrupção moral e institucional como forma de permanência no poder, os meios se justificam pouco importa que os fins sejam mera propaganda sem qualquer vínculo com a verdade. 
Fôssemos, de fato, um país relevante e coerente com sua dimensão, há muito já teríamos desnudado o pseudo mito que comanda a quadrilha e enquadrado seu poste e tantos outros terroristas, mas a farsa atingiu tal dimensão que a blindagem é enorme e será preciso muito verde, muito azul e muito branco para que as togas retornem à ausência de cor...