quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

"2014, O ANO QUE NÃO HOUVE" OU "QUANDO AS CARAPUÇAS VESTEM À PERFEIÇÃO"

Há muitos meses, em oito de Janeiro exatamente, publicávamos uma pergunta sobre o novo ano que ali iniciava: Feliz 2015?

Longe da pretensão de pitonisa, o que se vislumbrava era o transcurso de um ano atribulado, marcado pela ausência de investimentos, pelo definhar da indústria e por diversos outros paralelepípedos sociais, políticos e econômicos. O tempo encarregou-se de confirmar o temor e 2014 tornou-se o ano que não houve. Carnaval insosso, uma super-faturada Copa do Mundo para esquecer sob qualquer prisma que seja, um sórdido período de campanha política cujos maiores destaques foram uma suspeitíssima morte do político indesejado pela situação e o festival de ignonímias, baixarias, mentiras e atropelos da lei que jamais foi visto na história das democracias livres.

Agora que se aproxima 2015, começam a assombrar os novos escândalos que ainda não se descortinaram por completo e já ameaçam somar-se a outros ainda mais enérgicos (muito trocadilho, por favor) que borbulham na mídia teimosa e desafiadoramente investigativa que tanto revolta o reino enlameado.

Nesse contexto, surgem as mais interessantes pérolas do farto, do interminável, anedotário político nacional que até seria de alta comicidade não fora tão gigantesca tragédia. 

Nos bastidores apodrecidos da ópera bufa petista em seu quarto ato, mesclam-se atitudes do mais puro e genuíno (sim, trocadilho de novo) autoritarismo que tão bem caracteriza as esquerdas com outras em total oposição e que apenas revelam o tamanho das mentiras acusatórias atribuídas ao adversário recém esbulhado na enorme fraude eletrônica das urnas viciadas na origem. Um espetáculo promovido pelas  personalidades ciclotímicas desse (des)governo e por seu séquito de anões morais que constitui sua base par(a)lamentar. 

Assim, surgem as primeiras indicações de Ali Babá para seus quase quarenta ladrões titulados que pretendem dirigir os eternos punguistas infiltrados por todos os níveis da administração federal. Se os primeiros nomes ventilados em nada despertam nem parcas esperanças de alteração do quadro desolador que corrói nosso futuro, a surpresa será vê-los alcançar o próximo Dezembro, posto que o castelo de cartas já treme sob as brisas e dificilmente resistirá às fortes ventanias ou aos tornados que apontam logo ali no horizonte.

Como consciência e carácter são valores em extinção na classe política, o ambiente carregado de luzes que o conhecimento proporciona provoca seguidos atos falhos na corja amedrontada; olhares atentos podem perceber um quê de mea culpa a permear esse tíbio legislativo. 

Bastou uma declaração forte do mais vitorioso vencido, para a imediata assunção do que nem de leve fora afirmado; da frase "Na verdade, eu não perdi a eleição para um partido político. Eu perdi a eleição para uma organização criminosa que se instalou no seio de algumas empresas brasileiras patrocinadas por esse grupo político que aí está." saiu a cristalina revolta do presidente daquele partido instalado no ventre da culpa: "Já estamos interpelando o senador mineiro derrotado. Em seguida, processo crime no STF. O PT não leva recado para casa..." 

De tão apequenados por sua falência moral, de tão acovardados pelas evidências de corrupção endêmica e pela iminente debacle coletiva, atropelam-se em descaminhos e põem-se em serviços de prata falsa à espera da condenação. Mera questão de tempo, seu suporte contratado pela ideologia togada prepara-se para distender entendimentos, mudar roupagem e preservar as peles, sob os auspícios dos códigos legais que garantirão sua "traição" à causa. Se há algo imutável na natureza humana é sua capacidade de auto preservar-se diante das ameaças e não será diferente com aqueles deuses que humildemente se disfarçam de juízes...

Sua cada dia mais frágil base de apoio revela-se um tanto hesitante - como que mimetizando aqueles ratos que abandonam navios em naufrágio - e já ensaia uma certa distância aqui e ali dos predicados e ações exigidos pelo comando; o casco faz água e os baldes rareiam. São poucos os que oferecem a pele ao escalpo na linha de frente da defesa do que mais e mais se mostra indefensável. 

Lá em cima, no alto da montanha em que se refugia em absoluta mudez o outrora verborrágico errante, o infalível ser supremo que nada sabe, nada vê, mas a tudo oferece sua eterna verdade fictícia, as nuvens da pusilanimidade estão carregadas e prontas para desaguar no estertor de sua visível covardia. 

Se antes o que se via era um ano natimorto, o que se prenuncia agora é um período de profunda mudança, um ano de rupturas, reconstruções, soerguimento de valores esquecidos e vilipendiados, mas que somente será realidade com a manutenção e com o crescimento gradativo dessa indignação, com o aumento do tom na oratória oposicionista, com apoio irrestrito às forças da moralidade representadas pela parte livre da imprensa e pela solidez da Polícia Federal que ombreia um Ministério Público a cavaleiro da sordidez grassante do planalto central em respeito a sua vocação constitucional e, acima de tudo, com a constante mobilização da sociedade através das redes sociais, essa força incontrolável que atemoriza os falsos profetas e dissemina verdades.

Diante de uma oposição fortalecida pelo nascimento de uma nova força de oratória sustentada por mais de meio Brasil que não para de expressar sua tardia indignação, o status quo se esfarela e demonstra com clareza que a carapuça lhe serve à perfeição.




quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O DIA SEGUINTE... COMEÇAM OS ÚLTIMOS CAPÍTULOS

Encerrada a gigantesca fraude eleitoral que carimbou os passaportes dos brasileiros para a sua longa agonia final rumo à ditadura comunista há tanto sonhada e planejada pelos expoentes da whiskerda caviar, a metade do país que negou seu voto à continuidade deste processo começa a contabilizar o tamanho da ameaça que nos paira sobre as cabeças e, também, a receber a adesão de boa parte dos que não foram às urnas, mas que tampouco estão de acordo com o que está acontecendo.

Fraude? Perguntarão alguns, mas não foi um pleito dentro da "normalidade" das incríveis urnas eletrônicas?

Bem, citando o Professor e Filósofo Olavo de Carvalho, não há absolutamente nada que possa ser considerado normal no processo eleitoral de 2014, a começar pela presença ilegal de partidos que, contrariando frontalmente o disposto na Lei dos Partidos Políticos, Art.28, alínea II - que diz taxativamente que "será cassado o registro de qualquer partido que se comprove subordinado a uma organização estrangeira" - apresentaram candidaturas e  fizeram eleger representantes, incluída aí a criatura acéfala (des)governante.

O PT, segundo está propagandeado no seu III Congresso, reconhece o Foro de São Paulo como a "coordenação estratégica da esquerda latino-americana". Ora, ao reconhecer e colocar em prática as decisões das assembléias gerais do Foro, o partido reconhece sua subordinação a um plano internacional que jamais foi discutido ou aprovado pelo nosso parlamento. Reunindo mais de uma centena de partidos de esquerda na América Latina e associado a várias organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria de seqüestros como as FARC e o MIR, o Foro de São Paulo, fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro, é uma ameaça real à democracia no Brasil e já tem sua marca de destruição bem visível em vários de nossos vizinhos continentais.

A rigor, respeitadas a leis vigentes - o que nem sempre costuma ocorrer por aqui ultimamente - do país, não apenas o PT, mas também o PSB (sim, Marina é membro do Foro), o PDT; o PCdoB, o PCB e o PPL teriam que ser impugnados por serem seus signatários. Ah!, se você estranhou a ausência de PSOL, PSTU e PCO, eles seguem a linha Trotskista do atraso e o Foro é Stalinista no anacronismo ideológico amplamente segmentado da doença chamada "esquerdopatia estupidificante brasiliensis". Pois é, comunistas e socialistas são tão minimalistas em sua sustentação política que rola esse preciosismo retórico: há, ainda, maoístas, leninistas, albaneses... Como diria meu irmão João Guilherme, "essa gente é mesmo bizantina"...

Prosseguindo, tivemos uma estranhíssima contagem de votos sob sigilo, interrompida por cerca de três horas a pretexto de aguardar o Acre, comandada pelo intrépido advogado sem mestrado, obra publicada ou currículo - será que servir ao partido e ser o rábula do oráculo petista é suficiente? - que lhe atribua notório saber e que, mesmo reprovado repetidamente em concurso para mero juiz estadual, foi ungido ministro do STF e veio presidir o TSE nesta nova fraude, ops!, neste pleito. Sua atuação fez ser violada a mais elementar das evidências de lisura de qualquer processo: a transparência. Não por acaso, após a interrupção da apuração, o recomeço coincidiu com uma inversão absoluta das tendências apresentadas desde o início e que, àquela altura, já apontavam ampla vitória da oposição com quase 70% dos votos válidos. Sem qualquer interesse de plantar teorias de conspiração, o fato é que coincidências insistem em nublar os passos dessa turma com tamanha assiduidade que tornam hercúlea a tarefa de acreditar em sua inocência...

Esse governo que permanece em seu mister de desconstrução da democracia em prol de uma natimorta ditadura do proletariado, proposta falida em todas as tentativas registradas na história universal, prepara-se para enfrentar pencas de processos contra seus integrantes e acólitos - muitos já em prisão domiciliar por progressão de pena concedida graças à mão amiga dos magistrados filiados - e, ainda, os julgamentos de tudo aquilo que vem sendo denunciado nas delações premiadas acordadas no caso da Petrobras e outras mais que já são esperadas. 

Há muita sujeira sob os tapetes do planalto, há indícios e há profusão de provas apresentadas; há insatisfação nos novos quadros da Polícia Federal que tentam manietar e amordaçar, há um congresso onde não têm mais a maioria e onde o principal aliado de primeira hora dá sinais de que não pretende seguir dócil em seu papel coadjuvante, há um clamor crescente nas mídias espontâneas - a tal que querem calar com um "controle social da mídia", disfarce semântico para a velha censura - que se junta à voz das ruas de um país que chega ao fim de 2014 claramente dividido e maioritariamente avesso às pretensões petistas.

Antes que alguém questione o "majoritariamente", é bom lembrar que mais de 30 milhões do eleitorado não votou em ninguém! Dito isto, que não venham atribuir a esta massa nenhuma premissa que não a de repulsa ao sistema vigente, ainda que tenham optado pelo silêncio nas urnas. Aqui não cabe a contabilidade ímpar adotada nas estatísticas de desemprego em que ficam fora dos números todos os desempregados que recebem auxílio-desemprego, os do bolsa-família, os que não buscam emprego e quem mais quiserem deixar de fora da conta; não, no caso dos que não votaram a mensagem é direta e, no mínimo, recusam-se a usar um "direito" que é compulsório, posto que se direito de fato fora jamais poderia ser obrigatório...

Essa nossa divisão, entretanto, está longe de ser aquilo que buscam rotular nas verves oficiais, a tal cisão dos ricos do sul e sudeste contra os pobres do norte e nordeste, já que isso simplesmente não existe fora da propaganda vermelha e a prova inequívoca disto foi a surra aplicada por São Paulo, maior colégio eleitoral do país e capital informal do nordeste pela esmagadora presença de seus filhos em seu território. A divisão se configura pelas diferenças culturais, pela formação educacional, pelo acesso à informação que é negado àqueles que vivem nos rincões dominados pelo poder petista e abandonados à própria sorte, a divisão se cristaliza no abismo interposto entre os dois mundos por seculares políticas de exclusão em prol de projetos pessoais, familiares e partidários de permanência no poder sob as tetas fartas da viúva leniente.

O Brasil assistirá, a partir de agora - e nem será necessário aguardar protocolos de recondução que terão lugar em primeiro de janeiro de 2015 - a movimentos cada vez maiores de insatisfação da sociedade brasileira que produz e sustenta nossa economia, assistirá ao ingresso de mais e mais petições nas diversas instâncias da justiça a questionar atos do executivo, verá crescer a voz das ruas cujo volume aumentará a cada novo escândalo que surgir - e eles não param - e ainda terá que lidar com a bomba-relógio em que se transformou a herança deste mesmo executivo, esta sim uma herança maldita.

O país inteiro mostrará que abriga um povo cujas raízes rejeitam atavicamente os princípios comunistas e socialistas, reafirmará que seu desejo verdadeiro é o espelho do pensamento liberal; é conservador, é a favor das liberdades individuais e da propriedade privada, da obediência às leis e aos contratos, é claramente a favor das democracias constitucionais e frontalmente contrário à supressão desses valores que  vêm sendo subtraídos de sua vida sutil e gradativamente nos últimos doze anos.

A história tem suas particularidades e, talvez, sua principal beleza seja o fato de se repetir inexoravelmente. Neste sentido, a tentativa de transformar o Brasil em nação comunista/socialista terminará seguindo o mesmo destino de todas as outras experiências conhecidas: o lixo, a falência, a resistência. O radicalismo dos atuais mandatários do poder e seu nítido desrespeito a quase todos os valores caros aos brasileiros será seu cadafalso, por seus próprios atos, mandos e desmandos verá ruir seu castelo de areia, seu paraíso irreal sustentado única e exclusivamente na propaganda de seus marqueteiros pela exploração da pobreza e da ignorância que fingem combater.

O último capítulo está sendo escrito por nós e selará a lápide dos ideais tortos dessa quadrilha cujas cores inexistem em nossa bandeira.


Nota: O texto gravado segundo as normas tradicionais da língua portuguesa é intencional e representa minha rejeição à boçal tentativa de impor um acordo ortográfico recusado por todos os países lusófonos.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

ORDEM E PROGRESSO SE ALCANÇA COM HONRA E MÉRITO

Terminado o primeiro turno das eleições, a parcela mais produtiva da sociedade brasileira, aquela dos indivíduos economicamente ativos que de fato contribuem para que o país cresça, sinalizou claramente seu desejo de novos rumos.
À exceção daquelas localidades em que a baixa escolaridade e a baixa atividade econômica revelam forte dependência do assistencialismo do atual bolsa-voto, ops.. bolsa-família, o país rechaçou essa marcha rumo ao comunismo e ao alinhamento com os ditames do Fôro de São Paulo que balisam as decisões dêsse (des)govêrno petista. 
Embora ninguém possua bola de cristal para afirmar a derrota como favas contadas, é a cada dia mais transparente o fim de uma era trágica para a história de nossa república. Fica bem evidente que a hegemonia petista agoniza e que cada vez mais os mercados e o brasileiro esclarecido não aceitam isso que tem sido imposto ao país como ideologia.  
Não fossem os fatores estranhos que se interpõem entre um  processo  "democrático" suspeitíssimo que se ampara em urnas eletrônicas vulneráveis e sem a possibilidade da contraprova - e aqui é bom frisar que tratamos de evidências inequívocas de fraude, uso e abuso da máquina estatal, uso de verbas públicas (como o caso dos Correios) em benefício da candidatura oficial e outros desvios morais - e o resultado já poderia ser cravado hoje sem susto.
Após mais de uma década propagandeando um corolário de mentiras interminável, a começar pela história fictícia de seus principais personagens que se auto afirmam defensores da democracia, quando de fato agiram como terroristas na tentativa de implantar no país um regime comunista à imagem e semelhança de Cuba, eis que o partido da bandeira vermelha se vê diante do julgamento que os fatos impõem e não percebe que seu castelo ruiu, não se dá conta do quanto seu rei está nu...  
As reações desmedidas e raivosas diante dos fatos que insistem em pulular aos olhos de todos só reforçam a tese de que, como sempre ocorreu ao longo da história da civilização, regimes populistas e paternalistas não logram manter sua capa de apêlo social sem revelar pouco a pouco seu forte viés totalitarista, autoritário e cerceador das liberdades individuais; afinal, como seria possível seguir enganando a todos por todo tempo sem controlar a informação? O mundo moderno é movido pela informação e esta, ao fluir em livre modo, dissipa lendas, derruba castelos de areia, expõe a nudez dos ineptos diante da sociedade e faz enxergar a verdade incômoda atrás do sonho colorido que lhe é vendido diariamente. 
Não por acaso essa corja vermelha tenta aprovar um certo "contrôle social da mídia", uma excrescência semântica que na prática representa a mais abjeta das censuras: a censura da informação, do conhecimento dos fatos, para que a estes se sobreponham as versões tão ao gosto das ditaduras... 
Pelas mesmíssimas razões e com os mais execráveis propósitos também, essa quadrilha cubano-bolivarianista fez chegar a um cooptado congresso o infame Decreto Nº8.243 em que busca aprovar a anulação deste próprio congresso e a usurpação da carta constitucioinal pela criação de "conselhos populares", uma cortina de fumaça para a definitiva mudança de regime rumo ao comunismo; espêlho dos "soviets", a suposta inclusão popular através desses organismos de consulta é na verdade seu total alijamento e a imposição das vontades do regime sobre as individualidades e a privação da liberdade. O mais distraído dos olhares reconhece a falência do modêlo em todas as suas tentativas históricas. O que surpreende é ver que ainda há quem se iluda e creia em contos de fadas...
Agora, passados cerca de dez dias do primeiro impacto criado pelos resultados do primeiro turno das eleições, o candidato da razão, aquele que manteve seu rumo inalterado desde seu primeiro passo, desde seu primeiro discurso e sempre em harmonia com suas ações, demonstra um poder de catarse sem precedentes e aglutina um sentimento de repulsa nacional cada vez mais forte ao presente status quo 
Imediatamente ombreado pelos herdeiros do capital político daquela liderança cuja vida foi ceifada por um ainda inexplicado acidente aéreo - mais uma morte misteriosa na conta petista - que quase lhe rouba a cena, sua candidatura mostra robustez, consistência e coerência de tal monta, que a adesão daquele ente da floresta tornou-se irrelevante; seu eleitorado já havia migrado à primeira hora e a decisão foi mera sobrevivência política.  
Na verdade seu tardio pronunciamento, se compreendido à luz das reticências anteriores, revela o mal estar ideológico tão indisfarçável quanto insuperável e  sua identificação com o viés político daquela inquilina é clara (ela é a melancia: verde por fora e vermelha por dentro), mas admiti-lo seria  um caminho sem volta e representaria o fim de qualquer pretensão futura.
Assim, o cenário que se descortina para o próximo dia 26 é um alento para um Brasil que pulsa, que vibra com a possibilidade concreta de rever seu futuro e de projetar um sólido retôrno aos trilhos da moralidade perdida, aos parâmetros da ética, da meritocracia e, por que não dizer, da verdadeira democracia. Ver o país inteiro acordar para os riscos de aprofundar ainda mais o amplo retrocesso assinado pelas hordas petistas aboletadas em todos os níveis da administração estatal é revigorante.  
A assunção de um político de formação superior e pensamento liberal, a volta a um ideário comum a todos os países desenvolvidos e de crescimento consolidado pelo respeito a normas, contratos e acordos de livre comércio nos remete ao futuro pela observância atenta dos êrros e acêrtos do passado.  
Sonhar com um país menos desigual não por fôrça de programas ou iniciativas assistencialistas escravizantes, mas por conta de melhores e maiores investimentos em educação de qualidade nas escolas fundamental e secundária, pela aplicação contínua e planejada de recursos em saneamento básico como porta de entrada da saúde e na estruturação desta no âmbito público; imaginar um caminho virtuoso que abandone a amarga discriminação das cotas raciais, encerre essa falsa e perversa dualidade do "nós contra êles" que pretende dividir nossa gente e retome a justiça do merecimento e da necessidade através de compromissos e contrapartidas, nos leva a acreditar no amanhã com o ordem e progresso de nossa bandeira finalmente posto em prática porque foi esta a nossa escolha!









         
         


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

POLÍTICA ESMOLER + POVO ACOMODADO = VOTO UMBILICAL


Chegamos uma vez mais às portas das eleições que definem um matrimônio coletivo de quatro anos. Dependendo do ângulo de visão, pode-se dizer que é uma condenação, não casamento.

Conseqüência de uma legislação eleitoral que nem de longe visa o eleitor, assistimos ontem ao último debate entre os candidatos à presidência, infelizmente dentro de um modelo que alija o confronto direto de propostas e revela cenas teatrais constrangedoras. Mesmo assim algumas lições podem ser extraídas da pantomina, visto que ainda há resquícios de objetividade e preparo passíveis de vislumbre em meio àquela tibieza de conteúdo da maioria. Senão vejamos:

A candidata inquilina do palácio do planalto regogiza-se de manter cinquenta e seis milhões de brasileiros no programa assistencialista bolsa-família como se isso fosse excelente, quando na verdade apenas revela seu incentivo à preguiça e à acomodação - dinheiro vicia... - ao distribuir esmolas sem a exigência de contrapartidas, sem oferecer portas de saída ou plantar perspectivas de liberdade dessa dependência perversa cujo trôco é o voto. Suas respostas raramente contemplam as perguntas que lhe foram endereçadas ou smplesmente o faz com mentiras deslavadas e desmascaradas publicamente por fatos e dados. As bravatas que profere a guiza de promover-se são peças de ficção da propaganda petista, o mundo encantado dos alienados úteis e inúteis.
Dos nanicos ali presentes nem vale a tinta tecer juízo de valor; são a confirmação das piadas prontas...

A outra vermelha, hoje sob a capa maltrapilha de ente da floresta, prosseguiu espremendo sua voz roufenha e idéias de igual teor de tal forma que se viu destroçada até mesmo pela Anta, a quem municiou com perguntas de encomenda, justificando plenamente sua alma ainda vinculada à estrela.

É de todo pouco crível que o brasileiro comum que sulanca no insipiente transporte público que lhe é oferecido tenha permanecido à frente dos televisores no horário estúpido adotado por uma rede que é incapaz de modificar sua grade em benefício dos cidadãos, exceto quando se trata de futebol, o ópio do alheiamento das massas. Dito isto, é de questionar o que leva nosso povo a declarar-se maciçamente insatisfeito com os políticos, classificando-os com justiça de corruptos e despreparados em sua maioria, mas esquizofrenicamente segue defendendo o aumento do Estado como forma de solucionar seus problemas. Caso sério de tratamento, ou apenas a revelação cristalina da ignorância atávica do brasileiro que por natureza, pela essência de suas heranças históricas culturais, sonha com as soluções que lhes venham trazidas por um messias, não pelas mudanças coletivas de  atitudes ou pelos esforços individuais na construção de um novo comportamento na sociedade. No fundo trata-se de um enorme, gigantesco, comodismo revestido daquela falta de comprometimento tão tîpica nos incompetentes quanto comum nos tutelados, que preferem seguir com o ruim que lhes rouba o futuro  e é atribuído ao outro, a participar êle próprio da solução correta, assumindo os riscos ali contidos e comprometendo-se com o trabalho que isso demanda.

Reside aí a resistência às propostas equilibradas, coerentes com uma visão moderna de um mundo cada vez mais competitivo e despidas de ideologias populistas tão anacrônicas quanto comprovadamente falidas ao longo da história da civilização. Talvez por isso tudo tenhamos que olhar com preocupação para o resultado que sairá das urnas deste pleito, não bastassem a baixa confiabilidade destas e o escandaloso uso da máquina administrativa governamental em flagrante e imoral desrespeito à Constituição e às normas eleitorais.

O candidato oposicionista - aquele que desde sempre esteve em lado de antonimia ideológica, legal e administrativa em relação a esses que tomaram de assalto o país e o querem transformar em republiqueta marxista, bolivariana ou cubana alinhada com os ditames do infame fôro de são paulo (as minúsculas são propositais) - luta quixotesca e bravamente para fazer-se compreender e incutir nessa massa disforme socialmente seus conceitos de seriedade, meritocracia e olhar cívico para o amanhã do nosso país. Enfrenta com isso as forças de defesa do status quo, as ações a soldo de uma militância cega e o crescente contingente dos prisioneiros desse criminoso cartório esmoler que há mais de uma década rouba-lhes as esperanças.

O Brasil está diante da pior de suas inúmeras encruzilhadas: vê crescer sob seus olhos aquela mesma ameaça que no passado exigiu expulsar e que a nobreza de um perdão altruísta característico dos vencedores permitiu regressar à sua sociedade e agora destila o rancor dos derrotados na tentativa de subverter as verdades e re-escrever a história. Prosseguir refém dessa trajetória canhestra, assistir a mais quatro anos - e conviver com a possibilidade de ainda mais - de assalto e desconstrução de nossas já enfraquecidas instituições, é praticamente dar adeus ao futuro e condenar nossos filhos e netos ao mais sorrateiro, mais usurpador, mais totalitário, mais decrépito regime que se tem notícia e sabê-los impotentes diante desse falso paraíso do qual não lhes será permitido escapar...

Acorda Brasil! A urna, amanhã, é sua última arma! 


Nota: O texto gravado segundo as normas tradicionais da língua portuguesa é intencional e representa minha rejeição à boçal tentativa de impor um acôrdo ortográfico recusado por todos os países lusófonos.

sábado, 13 de setembro de 2014

UMA SOCIEDADE AMORFA, ANESTESIADA E AVÊSSA A VALORES MORAIS

O que vemos hoje a nossa volta, em meio a uma saraivada de escândalos dos mais variados calibres, é um verdadeiro pós doutorado da arte da manipulação. 

O retrato em preto e branco do arcabouço político é uma cena dantesca que se faz acompanhar das mais canhestras contribuições de uma imprensa quase que integralmente a soldo do ideário das esquerdas. 

No universo virtual, aqui e ali de forma apenas pontual e relativizada, percebe-se ainda algum resquício de raciocínio e de integridade indignada, mas é grão de areia em um oceano de venalidades que faz banais e ridículos os estertores da moralidade resistente.

Nas mídias televisiva, escrita e falada dos grandes grupos, a manipulação da informação segue os preceitos das pseudo pesquisas em que números colidem com o mundo real, distorcem o óbvio dos fatos cotidianos e desenham um mundo de colorido falso. A cada gota de fel, a cada centelha de caos que se descobre, um novo e espêsso manto de contra-informações se encarrega de turvar a visão de todos.

Fôssemos uma sociedade equilibrada, houvéssemos desenvolvido um coletivo sob as luzes do conhecimento, seria exequível um surto de reações pautadas pela lógica de seu esteio moral, mas o que se percebe é uma profunda alienação, um triste e inaceitável distanciamento desses valores que parece corroer suas bases fundamentais e termina por pautar uma abominável catarse coletiva.

Houve um instante de nossa história, ainda no alvorescer dos anos 1900 e do pensamento republicano, em que timidamente se impunham os valores universais dentro da escola que, àquela altura, embora não alcançasse inteiramente seu universo, era calcada em propósitos justos e meritórios; mais que isso, o banco escolar cumpria sua missão e escolarizava os alunos. 

O passar das décadas, somado ao crescimento gradual e jamais interrompido de equívocos tão perversos e mal intencionados quanto a maioria dos representantes camerais, encarregou-se de nos conduzir criminosamente ao cenário atual. Hoje vemos uma escola que, sobre a falência da sua missão primeira de alfabetizar e preparar o jovem para o mundo produtivo, peca também na manutenção daqueles valores, cede ao comodismo da leniência disciplinar, desiste ideologicamente do mérito e se vê auxiliada nesse fracasso pela moderna famîlia ausente do compromisso de educar. O resultado se revela na sociedade anestesiada, idiotisada, despida de valores morais e completamente dormente que se estabeleceu no país.

Consequência desse imoral e amoral balisamento, assistimos hoje a um quase irreversível processo de anacronismo atávico que nos condena à contramão da história universal, que nos coloca ombreando a nata da escória política do mundo, que dá a cada brasileiro - principalmente aqueles poucos e cada vez mais raros que pretendem um país capaz de enfrentar e vencer desafios com dignidade e competência - uma parcela pesada a pagar pelo acúmulo de êrros sucessivos. 

Somos uma nação condenada pelo imobilismo mental. Pouco ou nada importa a parcela proativa resiliente; a força dessa inércia intelectual, o caos advindo desse parco teor das capacidades cognitivas da massa dominante é amplificado pela malidicência, pela vulgaridade, pela corrupção arraigada nos mais íntimos desvãos de uma classe política que mais e mais se notabiliza pelos desvios de caráter. 

Se um dia tivemos a esperança a nos confortar pelas palavras e ações sempre sábias e exemplares de um D. Pedro ou de um Rui Barbosa - são os dois bastantes para ilustrar - no seio da sociedade brasileira, o presente nos deixa amarga a boca e sangra o coração dos virtuosos. A realidade nua e crua que nos acorrenta é um soco no futuro, um vaticínio do amanhã de cores opacas que nos aguarda.

Uma sensação doída de cansaço, uma incômoda impotência surge quase que indomável dentre aqueles desejosos de outro futuro e parece traçar o destino de todos, apesar dos solitários quixotes lançarem-se contra esse gigantesco moinho.

Apossando-me geneticamente das palavras de meu irmão João Guilherme, desejaria que mais e mais cidadãos recusassem o papel do bambu que se verga e lambe o chão nas tempestades e se unissem a nós que assumimos a identidade do carvalho que só vai ao chão se morto com suas raízes.



segunda-feira, 1 de setembro de 2014

NADA PARECE MAIS ESTRANHO QUE A REALIDADE...



Nesses dias de intensificação e recrudescimento de campanhas visando ao pleito que se avizinha, vemos, lemos e escutamos de tudo um muito. Há desde mentiras deslavadas até hipocrisias das mais inacreditáveis. Lobos e cordeiros, se ė que estes existem nessa seara, trocam de pele, trocam matilhas e rebanhos, trocam até afagos... Apenas seus propósitos seguem os mesmos, todos buscando manter-se ou agarrar-se àquelas benesses que enxergam no poder ou creem a êle ser inerente.


O curioso nesta história, ainda que por nada surpreendente, é esse olímpico abandono de qualquer discussão programática, estrutural ou minimamente próxima de algo concreto, palpável, frente aos desafios com que o país se defronta há décadas.


Não há uma só palavra direcionada ao flagelo da educação de base do Brasil em todas as suas esferas, especialmente em razão do aparelhamento ideológico que domina o setor e do constante afastamento de qualquer pensamento que privilegie a meritocracia no setor. Há simplesmente um bitolamento que nos condena a métodos comprovadamente ineficazes na alfabetização e ainda mais inócuos no degrau seguinte em que os jovens deveriam ser preparados para o mercado de trabalho. Aí se vê construir, impunemente, seguidas gerações de ineptos e inaptos para as empresas, sejam elas voltadas para indústria ou comércio.

O gargalo nacional que manieta nossa produtividade visceja nesse equívoco e as raras vozes que se ouvem não repercutem, pelo contrário, são rotineira e solenemente ignoradas por uma criminosa conveniência: à classe política não interessa uma sociedade mais preparada e capaz de pensar com independência e fundamentos, enquanto à esta parece confortável seguir no papel de coitadinhos, vítimas de má fortuna à mercê deste assistencialismo calhorda que lhes é distribuído à guiza de justiça social. À parte a óbvia conclusão de que a preguiça ou um condescendente espírito de laisser faire, laisser passer permeia nosso povo, o fato é que perdemos seguidas gerações e hoje vemos crescer uma autêntica sub-raça, uma plêiade de nem-nens que vive à sombra da cultura do consumo e das frivolidades, mas não se prepara para sustentar seus sonhos ou participar de um crescimento social que os impulsione. Assim, la nave va...

Por outro lado, enquanto o naufrágio econômico se consolida com as invencionices popularescas do reino encantado petista e sua contabilidade criativa a maquiar números, índices e resultados invisíveis, imperceptíveis na vida real, os iluminados líderes estelares alardeiam seus feitos - inacabados ou pura fantasia quase todos - repetindo  cerimônias de inauguração de coisas que já deveriam ser pretérito, mas seguem futuro...sempre futuro. Ah! Propaganda! O que seria dos déspotas, dos falsos líderes, dos lenientes governos populistas, não fossem as tantas e tão magníficas propagandas e suas igualmente fantásticas verbas...

Que ingratidão! Em um desolador cenário de tíbias oposições, neste triste ambiente de timidez condolente onde deveria haver pulsante e pungente revolta pelo desastre sanitário deste Brasil que se apraz afirmar sexta potência econômica do planeta - mera questão numérica incompatível com os índices mensuráveis no cotidiano - tudo o que aparece é a indômita defesa de um inconstitucional programa de importação de escravos que financia uma anacrônica e fétida ditadura, sob o olhar complascente daqueles que deveriam gritar, mas sucumbem igualmente na farsa midiática. 

Governos deveriam ser proibidos de fazer publicidade de seus atos. Campanhas educativas ou preventivas (nas áreas de saúde, por exemplo) sim, mas não esse circo de Pinóquios a hipnotizar 75% de alienados. Como está, falta pouco para vermos gigantescos cartazes com os rostos retocados dessa corja petralha que nos pilha diariamente. 

Ingratidão? Espere, ouve-se alguma voz que se rebele? Hummm, parece haver uma surdez epidêmica por aí já que nada se escuta além de mesmices, acusações e platitudes. Não, não há ingratidão, o que há, quando muito e bastante, é dormência coletiva. Uma incomensurável dormência da minoritária face culta e produtiva da sociedade, que se mostra de tal forma adormecida ou resignada com o permanente estado de coisas que lhe cerca, que já nem sabe reagir e desiste. 

Essa sociedade já parece escolher o caminho solitário das exceções e fica de costas para tudo; afinal, há ilhas de excelência por todo o país e em todas se vê o distanciamento do Estado, a independência das iniciativas privadas que desprezam os ritos políticos ou as ingerências oficiais e regem seu próprio destino. Aí se comprova a parcela do Brasil que funciona, do Brasil que se destaca e contribui para aqueles números dos quais govêrnos tentam se apropriar como se mérito lhes coubesse. Nada mais falso, essas ilhas existem apesar do Estado, não por suas ações.

Em diferentes mídias surgem "debates" e "entrevistas" nas quais nada de verdadeiro ou espontâneo é perguntado ou respondido, apenas teatro mambembe com narizes e golas distribuídos pela audiência. Resultados os mais diversos surgem de pesquisas "espontâneas" encomendadas nas quais é improvável, se não impossível, o vislumbre do universo em que se insere, a não ser por conta de seus claros sinais de favorecimento desta ou daquela vertente. Tudo se mostra tão contaminado, tão ilusório, que a lucidez necessária às escolhas ditadas pelo raciocínio se faz ausente e alimenta aquela incômoda dormência. Quando haverá uma oportunidade em que questões pertinentes sejam apresentadas e respostas diretas vinculem-se à realidade? Há tempos que essa imagem se revela tão fictícia quanto imaginar real o mundo da propaganda que vemos infiltrarem nas veias do eleitorado menos esclarecido.

Nestes dias de pouca realidade, nada mais familiar que a publicidade da fantasia, essa criminosa e irresponsável aventura do sonho de eternidade que corre na alma política...

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

TEORIAS CONSPIRATÓRIAS OU VERDADE INCÔMODA?

Muitos anos vividos no ambiente da aviação permitem enxergar certas discrepâncias nos relatos desse "acidente" que mudou o cenário político nacional. Aliás, pelo que foi possível saber, mudaria ainda mais profundamente caso estivesse a bordo aquela que, à última hora, desistiu de embarcar... Teria sido algum resquício dos tempos, digamos, mais vermelhos que sopraram-lhe idéias ou tudo não passou de fortuna coincidente? 

Claro que surgirão as mais incríveis teorias, haverá fumaça por todo lado e, também, doses maciças de fatos mal explicados ou nem isso. De qualquer maneira, uma coisa é certa: poucos saberão o que realmente ocorreu e esses nada dirão por décadas. Afinal o que se pode esperar de um país que até hoje não conseguiu saber o que passou com um atleta na França, nem mesmo pelo próprio? Os corredores do poder e as paredes palacianas desde sempre fazem sepultas as verdades incômodas, tanto quanto são berçário de teorias conspiratórias, muitas delas tornadas ações à luz do dia e sob os auspícios da lei; aí estão os mensaleiros libertos e sorridentes em sua rápida mudança de regime tão logo foi eliminada a resistência solitária de um raro Quixote. 

Uma caixa-preta sem gravação! Mais estranho ainda, encontrada em tempo recorde depois que um avião explode antes de cair, mas de tal forma que nada sobra, nem mesmo arcadas dentárias. Por alguma razão imagens de outras tragédias políticas obscuras vêm à mente... Celso Daniel, por exemplo. Talvez seja mero acaso, mas as digitais de uma certa estrela aloprada parecem surgir de novo e malfeitas... 

Uma pergunta paira no ar - ao contrário da aeronave que deveria ali sustentar-se - e incomoda o raciocínio político: uma radical traída ontem, hoje tomada de fervor religioso e ecológico, sentirá um certo temor pelo amanhã ou apenas terá a certeza de boa colheita com os amigos de sempre? Se de fato distante de suas raízes e até por tão bem conhecê-las, o normal seria que recuasse. Se verdadeiramente aspirar a derrota daqueles que deixou para trás, sua missão seria tornar una a força de oposição, nunca seguir dividindo-a. A questão é conhecer propósitos neste cenário político torto onde quase todos se afirmam à esquerda e o pensamento liberal é rotulado de fascista. A questão ainda maior é saber o que deseja essa herdeira em cujo DNA seguem ainda indeléveis as marcas petistas agora agravadas por sua eco cruzada e seu palavrório incompreensível. O que esperar de quem apóia o infame Decreto 8.243? Ou de quem defende usinas a fio d'água em detrimento das mais eficientes que dispensam a boa vontade de São Pedro? Com pouca margem de erros, a sensação é de que aí só existirá mais do mesmo e nem a cor será diferente na bandeira ideológica... 

Há espaço para um movimento que reconduza o país ao viés democrático que permitiu os poucos avanços institucionais que vemos esfarelar-se nessa aventura petista; há, ainda, vestígios de lucidez e de algumas luzes republicanas na herança genética do outro neto que poderiam acolher o mais tímido sinal, a mais leve brisa de esperança que trouxesse a moralidade de volta à ordem do dia. Imaginar o Brasil abraçado aos devaneios cubano-bolivarianos da malta vermelha é vislumbrar a certeza da falência absoluta de valores e ver triunfar a mentira, o atraso, a tutela anacrônica do totalitarismo, a metodologia da ignorância como ferramenta de controle, a esmola como benesse, o caos pintado de paraíso. 

Enquanto a sociedade da excessão, esse contingente espremido da classe média real que se mantém às margens da riqueza, mas a sustenta e financia à custa de seu trabalho diário, mantiver seu estupor conformista e permanecer calada diante da rapina despudorada desses que crêem poder "fazer o diabo" sem enfrentar resistência, nada mudará. 

O passado já registrou mudanças no comportamento coletivo. A história recente mostra o quanto é forte a voz das ruas quando ocupadas por quem pensa sem as amarras da propaganda, por quem sente no bolso o preço da fantasia que lhe é vendida e vê seu futuro cada dia mais distante, cada dia mais irreal. Mais do que nunca é hora de reagir e retomar as rédeas da vida, exigir o que deveria ser dado pelos impostos pagos, poder sair sem temer pela vida nas cidades já sitiadas há muito pelo crime impune que se espelha na indecência palaciana. É hora de mudar os rumos desse país abençoado antes que seja tarde demais e o amanhã já não exista com liberdade. 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

FALTA VISÃO...PODIA E DEVIA ESTAR MUITO MELHOR

Cada vez mais me surpreende a falta de visão dos homens públicos em nosso país. Digo isto não apenas por benevolência, afinal poderia tranquilamente dizer que lhes falta mesmo caráter, mas porque entendo que até àqueles de moral duvidosa é possível agir com uma relativa visão do amanhã, nem que seja para usufruir de dividendos políticos.
 
Certa feita desabafei nas linhas deste blog que cidades têm vida e características próprias e tendem a crescer ou estagnar conforme sua sociedade se organize em torno de visões e vocações.
 
Minha volta ao tema se dá quando percebo em nosso município um certo quê de regozijo de alguns diante de um flagrante mau uso de recursos que um olhar distraído ou pouco lúcido pode entender como iniciativa positiva, progresso e até mesmo boa governança.
 
Maricá assiste, nos últimos meses, a uma sanha desenfreada de capeamento asfáltico de suas vias internas, a maior parte delas operada e financiada pelo Governo do Estado e capitalizada pela prefeitura como mérito próprio. É inegável o conforto de poder chegar em nossas casas sem o sofrimento dos buracos e poeira das vias de terra batida, mas da mesma forma não se pode deixar de perceber tanto a tibieza no preparo dessas vias para receber o asfalto quanto a má escolha do revestimento em um município totalmente carente de infraestrutura para captação e escoamento de águas pluviais. Só para citar um exemplo simples, na Barra de Maricá apenas no entorno da pracinha de Zacharias, ali entre as Ruas 1 e 2, há a instalação de uma tubulação, totalmente subdimensionada, diga-se. De resto, como já aconteceu em outras áreas, todas as treze ruas vêm sendo capeadas sem qualquer preocupação com o período de chuvas que se aproxima. Imagino que os residentes na parte baixa da região já devem estar preocupados com a inundação de seus terrenos.
 
Ah! Dirão alguns. Asfalto é progresso! Não necessariamente. O calçamento dessas vias internas com paralelepípedos ou blocos cimentícios inter travados possibilitaria igual conforto e ainda permitiria a rápida absorção da água, renovando o lençol freático e contribuindo para o meio-ambiente.
 
Engraçado perceber como as pessoas confundem as coisas e querem crer que calçar suas ruas seja sinal de atraso, quando metrópoles espetaculares como Paris mantém imensas avenidas e grande parte de suas ruas internas com esse revestimento há séculos. Não por acaso inexistem notícias de alagamentos e outras calamidades por ali...
 
A questão é, na verdade, outra; calçamento requer cuidado, esmero, na colocação e toma mais tempo. Não se torna uma ferramenta política às vésperas de eleições, não exige grandes intervenções recorrentes, não "faz vista" para o alcaide preguiçoso... Pena que enquanto um permanece por séculos, o outro deteriora-se após as primeiras chuvas, mas quem sabe se não é este o propósito?
 
O tema pode evoluir por diversos outros aspectos visíveis em Maricá, desde o viaduto mal traçado que exigiu semanas de trabalho de escavadeiras para fazer a água passar-lhe por baixo e poder assim ser alcunhado de ponte quando de sua ruidosa inauguração, até as impensadas alterações no trânsito do Centro responsáveis pelo advento dos engarrafamentos, sem contar as inúmeras proibições de parqueamento que se conjugam com os estacionamentos privados dos amigos da corte. Assim, por falta absoluta de planejamento urbano, fiscalização e cuidado estético, a cidade "incha" demograficamente sem que de fato "cresça" e se fortaleça como destino de qualidade.
 
Os royalties do petróleo transformaram Maricá em cidade com muito recurso, mas seu uso, à parte a formação de um fabuloso butim petista sem fiscalização graças a uma Câmara de apaniguados e cooptados, tem sido desastroso para nosso futuro.
 
No apagar das luzes da última legislatura municipal, aquele que foi seguramente a grande exceção política da cidade por sua seriedade, seu perfil combativo e íntegro e sua absoluta independência - é mais que evidente que falo do ex-vereador Claudio Ramos - apresentou um projeto amplo e ambicioso, embora totalmente factível e bem alicerçado por estudos sérios, previsão de origem dos recursos e prazos para sua plena consecução, para Maricá atingir 100% de  coleta e tratamento sanitário do esgoto domiciliar e águas servidas, bem como a universalização da distribuição de água no município em um prazo de quatro a cinco anos a partir da criação da Empresa Municipal de Água e Esgoto e da privatização dos serviços sanitários. Isso faria de Maricá uma das raras cidades brasileiras com essa marca, número que mal alcança os dedos de uma só mão em um país onde apenas 46% dos municípios têm algum índice diferente de zero nesse quesito, o que explica a tragédia da saúde pública que ceifa as camadas menos favorecidas.
 
Apenas o fisiologismo e o ranço político que permeia aquela casa de leis assemelhada aos piores bordéis pode explicar o automático engavetamento da proposta; "difícil apresentar um projeto de lei desta ordem...pela autoria..." disse candidamente o representante da ave etílica. Seria até cômico, não fosse trágico perceber tanta miopia, tanta má-fé, tanto desvario administrativo.
 
Invasão de áreas nobres pelo comércio irregular - a eterna vocação para a birosca e para a camelotagem que nada mais é que a venda de produto roubado, seja contrabando (roubo de fronteira), patente (falsificação) ou carga (genuíno sem comprovação de origem) - que além de não gerar divisas ainda  emporcalha a cidade. Crescimento do trânsito de drogados e mendigos pelas ruas e praças, coisa que não havia em Maricá. Profusão de inúteis de uma Guarda Municipal especializada em conversas ao celular e inépcia por absoluta falta de treinamento e/ou supervisão e metas claras. Poderíamos seguir enumerando mazelas nessa linda e maltratada Maricá, tantos e por tão longo tempo se sucedem os equívocos.
 
Daí meu lamento. Daí minha certeza de que podia e devia estar muito melhor, próximo do ótimo, sem muito esforço, mas faltam vontade e políticos mais que vontade política como se costuma dizer nas conversas; vontade genuína para abraçar o caminho honrado e demonstrar amor pelo chão em que vive e políticos de estirpe, homens de bem cuja atitude reflita os anseios daqueles a quem representam. Mais ainda, falta visão, falta grandeza, falta alma...
 
Quem sabe as urnas possam soprar os ventos da mudança e nos colocar no rumo certo? Afinal, Maricá pode não ter tantas décadas mais para perder antes de se tornar inviável sua cura...
 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

7x1 - NO BRASIL DEU PT EM TUDO...

Há algum tempo afirmei que o Brasil enfrenta, em pleno século XXI, uma tragédia sanitária de proporções bíblicas que o mundo resolveu no século XIV. Trata-se de um assunto sério, seríssimo, mas assim mesmo passaremos muitos dias, meses talvez, assistindo e lendo intermináveis debates sobre a tragédia do Mineirão.
 
Questão de momento, de interesse coletivo, dirão alguns; questão de cultura, atemporal, direi. Reflexo deprimente de uma sociedade cujos valores alcançaram tal estágio de deterioração que a morte tornou-se banal, mas uma derrota esportiva comove e deprime o país inteiro...
 
Claro que o futebol é uma paixão nacional e não somente aqui, trata-se de fenômeno mundial no âmbito esportivo. No âmbito esportivo! Há vida real, questões de superior relevância nos mais distintos aspectos da vida real que requerem muito maior atenção, muito mais esforço, infinitamente mais recursos e cuidados que um mero jogo.
 
Ah! Que ilusão a minha! Um país em que o viés político permeia tudo e em qualquer esfera; uma sociedade sufocada, manietada, quase que condenada ao ontem pela teia ideológica da estupidez coletiva programada, torna-se doente terminal. Pela pior  miopia, por uma viral incapacidade de percepção do ambiente que lhe cerca e de tudo o que lhe é negado, o povo brasileiro segue seu martírio qual o gado nos currais do abatedouro: bovinamente pacífico.
 
Iludido desde sempre por pequenas migalhas, confortando-se com o sonho do amanhã prometido que jamais é alcançado, o brasileiro cresce cada vez mais iletrado, cada dia mais alienado e nem se dá conta do quanto seu futuro lhe é roubado.
 
Sem grande convicção reclama da saúde, muito mais pela fila de espera no sistema público ou pelas limitações impostas pelos planos privados que pelas razões estruturais que lhe impõem o calvário, mas não se faz ouvir e não exige serviços à altura do que lhe é cobrado em impostos. Não percebe o quanto a saúde é essencialmente uma questão sanitária e que fora deste foco tudo é paliativo, tudo vai ao efeito desprezando a causa.
 
Hipnotizadas por uma mídia majoritariamente chapa branca graças às propagandas oficiais que representam a maior verba publicitária do país, as classes C e D e pequenas parcelas cooptadas de A e B aplaudem e referendam uma colcha política corrupta, viciada, sem projetos outros que não os de enriquecimento pessoal; aqueles primeiros por conta de sua ignorância, de seu desconhecimento bruto quase atávico, enquanto estes mais favorecidos pelas fortunas da vida o fazem por oportunismo e vantagens, mas uns pelos outros fazendo perpetuar-se um tecido político podre, uma ideologia tão anacrônica e tão fracassada historicamente quanto incompetente na gestão das coisas públicas.
 
Sanitarismo/Saúde, Educação, Infraestrutura e Segurança. Em cada um dos pontos essenciais que respondem pelo desenvolvimento de uma nação e garantem um verdadeiro estado de bem estar social e perspectivas justas de crescimento individual para todos, surge cristalizada a certeza da perda total. 
 
Na infame sopa de letras que costura essa maldita ditadura da esquerda brasileira - essa geléia vermelha tão ímpar, tão única, que nos faz um incompreensível país onde comunistas e socialistas com um extenso passado vinculado a ações criminosas e operações de guerrilha são reverenciados como defensores da democracia - tudo o que emerge e salta aos olhos é a realidade PT, é esse quadro da mais absoluta derrota.
 
Os caminhos da existência são misteriosos, são desconhecidos. Talvez isso explique a ruptura do único amálgama do povo brasileiro como um caminho, o mais doído, mas também aquele capaz de fazê-lo enxergar que não há nada, não há rigorosamente nada mais que nos permita ser brasileiros com muito orgulho, com muito amor.
 
É preciso rasgar por completo essa cartilha, mudar a essência, exigir direitos, expurgar tantos erros recorrentes, rejeitar as esmolas e os sonhos para, enfim, escolher o caminho do trabalho, do mérito, do esforço individual e coletivo e dos exemplos comprovadamente vitoriosos, porque no Brasil que aí está...  
 
Deu PT mesmo! Deu perda total!
 
 
 
 
 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O FUTEBOL, A COPA E O BRASIL

Desde antes da primeira conquista brasileira em 1958 na Suécia, o Brasil já se insinuava como um berço do futebol-arte, mas nos faltava, como sempre nos faltou, a organização fora das quatro linhas. Ainda assim, no entanto, mesmo com as inúmeras carências estruturais que persistem até os dias de hoje, o Brasil foi aos poucos se impondo como grande celeiro de virtuoses, de craques na verdadeira acepção da palavra. Aqui surgiam talentos às pencas, pelos campinhos de pelada, pelas várzeas, pelas praias e pelos clubes, sempre com o viés do virtuosismo, da habilidade, do talento puro.
 
Veio a era Pelé/Garrincha e com os dois gênios da bola uma geração inesquecível que encantou o universo do futebol e cunhou para sempre o Brasil como o país do futebol, eterno favorito às conquistas. Por décadas fomos exatamente o que diziam de nós e oferecemos centenas de grandes jogadores aos quatro cantos do planeta.
 
É difícil dizer, precisar, quando exatamente esse quadro começa a mudar e passa a frequentar uma realidade paralela, uma certeza ainda habitando nosso inconsciente coletivo, mas cada vez mais afastada da verdade dos campos. Talvez tenha sido no início dos anos 1990, quando foram desaparecendo os campinhos, a várzea sendo  substituída por condomínios, mas eu particularmente entendo que esse processo  começou quando os clubes, as  federações e a confederação mantiveram os olhos vendados diante do despreparo daqueles que conduziam nosso trabalho de base, fizeram vista grossa à total falta de estrutura mínima para a prática do esporte, aprovando campos e estádios sem  condição de receber jogos, profissionais ou não.

Sempre foi voz corrente que a habilidade do jogador brasileiro advinha dessa dificuldade vivida nos campos esburacados dos nossos campeonatos, mas nossa habilidade nascia na liberdade de criar sem as censuras que hoje são a tônica das escolinhas de base...
 
Assim, enquanto a Europa busca se aprimorar nos fundamentos do esporte, constrói bons e bem cuidados estádios com tapetes de grama onde a bola rola macia, aqui são ignorados os fundamentos, os equipamentos e, o que é pior, o cliente que a tudo sustenta. Estádios de segunda e terceira categoria, gramados que mal podem ser assim nominados, árbitros amadores regendo atletas profissionais, empresários e atravessadores dominando por completo o cenário de clubes e federações, além de um enorme e crítico distanciamento da evolução tática vivida fora do país.
 
De repente, em lugar de Zizinho, Zito, Didi, Gérson e tantos outros, começam a habitar nossos campos os "cabeças de bagre" - os tais  cabeças de área - e os "armandinhos", essa turma do futebol caranguejo que se desloca para os lados e mal consegue atingir a área adversária. Em lugar da antiga profusão de atacantes, eméritos dribladores e implacáveis goleadores, o Brasil começa a produzir grossos vigorosos, corredores sem cérebro, deuses da raça, todos incentivados pelos intrépidos "professores"...
 
Some-se a tudo isso o crescimento alucinante de uma nova categoria de jogadores a trazer para dentro dos campos uma perigosa mistura de valores nem sempre das mais verdadeiras ou produtivas, que resulta em um cinzento quadro de mediocridade técnica. De uma hora para outra não é mais o talento que define o ingresso do jovem, mas o empresário de maior rede de influência, ou o lobby dos atletas de Cristo, ou o da imprensa e o das "torcidas" organizadas, esse antro de marginais que se apresenta em facções como os criminosos e como tal agem dentro e fora dos estádios sob o beneplácito de autoridades e dirigentes que deles se utilizam para seus próprios interesses políticos.
 
Paralelamente a tudo isso, o esporte cresce em importância mercadológica pelo mundo e movimenta mais e mais milhões em patrocínios, transmissão televisiva, direitos de imagem, público e transferências de atletas. Nossos campeonatos, antes palco de talentos e grandes multidões  se esvaziam e se apequenam, todos os poucos - e também os potenciais - talentos deixam o país para jogar em qualquer lugar do exterior. Aqui se estabelece um padrão indigente de futebol, retrato fiel do nosso extrato social majoritário e da bandidagem que tomou conta do esporte.
 
Dentro de campo o que hoje vemos já não é mais o desfile de craques de outrora, até porque a imprensa, em sua grande maioria, perdeu as referências do que seja um craque e assim denomina qualquer cidadão uniformizado que esteja dentro de campo, não importando seu desempenho. Basta uma tarde feliz de um desses e a imprensa já começa a incensá-lo como um fora de série.

Hoje o campo abriga uma esmagadora maioria de praticantes de um futebol cafajeste, sem respeito à essência ou  à tradição de nossa história, pequeno sob todos os parâmetros do nosso glorioso passado. Dentro das quatro linhas fala-se o idioma das favelas, o dialeto dos traficantes, sem nenhum pudor. As atitudes são igualmente cafajestes; simula-se, agride-se, desrespeita-se a tudo e a todos sem qualquer distinção de camisa. As raras exceções apenas confirmam a regra dominante ao destoar na paisagem.
 
O que deveria ser "fair-play" é de fato um acinte, um deboche em que uma jogada interrompida por uma simulação é depois "devolvida" ao adversário que realmente foi cavalheiro a sessenta metros do seu local de origem. A suposta dor nada mais era que um artifício para evitar um ataque, um perigo. Um simples movimento de mãos ou de braços sem qualquer contato com o corpo adversário gera um mergulho em estertor de morte, rosto coberto e indignação rampante sobre as fracas arbitragens.
 
Dos noventa minutos de jogo, o público raramente recebe mais que trinta ou trinta e cinco minutos de bola em jogo, tantas são as paralisações, como se não fosse o futebol um esporte de contato. Os tais "jogadores" testam os limites dos árbitros e sua capacidade para conduzir as partidas desde o primeiro minuto e são capazes de entradas criminosas sobre colegas de profissão em nome da tal raça, do "espírito" de competição, pela certeza de que suas punições serão tão brandas quanto a conivência de seus treinadores.
 
Em média, o futebol brasileiro de nossos dias apresenta cerca de quarenta ou mais faltas por partida e um absurdo número de passes errados próximo da casa da centena em muitos jogos. Estamos falando de passe de metro, metro e meio; passe que é o primeiro fundamento do esporte! Isso sem falar dos chutes em que a bola sequer pode ser enquadrada na mesma foto da baliza e de cruzamentos que nada mais são que chutes sem direção, sem qualquer pretensão de encontrar algum companheiro de equipe...
 
A Copa no Brasil traz um cenário inédito de campos perfeitos, lisos e estádios minimamente confortáveis, ainda que inacabados, mas deixa no ar aquelas dúvidas incômodas: serão um dia finalizados? os campos continuarão perfeitos? haverá manutenção, essa coisa desconhecida de nossas administrações?

Por outro lado, a Copa do Mundo pode até nos presentear com mais um título e é esse o desejo de boa parte dos brasileiros, apesar da  nossa indignação pela corrupção evidente, pelo descaso das autoridades com os compromissos assumidos e, principalmente, com aquele que deveria ser o maior beneficiado pelo evento: o cidadão que bancou a festa com seus impostos.
 
Só que essa conquista, caso ocorra, em nada alterará a realidade do nosso futebol: já não somos mais o grande celeiro de virtuosos, já não produzimos craques em profusão e por todos os lados, já não apresentamos fenômenos a qualquer momento. Não, definitivamente não. Hoje o que mostramos ao mundo é um universo corrompido, degradado, afastado dos princípios morais que deveriam reger todo e qualquer esporte, apesar de haver um minguado sinal de reação com o natimorto movimento  "Bom Senso Futebol Clube" que, capitaneado por algumas raridades ainda presentes em nosso cotidiano, imaginava poder mudar este cenário aterrador que envergonha nossa história tão vencedora, tão admirada.
 
A crua realidade é essa: o nítido reflexo de uma sociedade claramente esfacelada em seus valores morais, deteriorada em seu tecido humano por uma politica imoral, amoral e anacrônica que lhe impõe um atraso educacional e cultural de dimensão bíblica e contribui para um assustador distanciamento do mundo civilizado.
 
Nesse país onde a morte foi banalizada, onde as liberdades se esvaem pelas trevas ideológicas de um poder corrompido em sua essência, onde os valores e as instituições mais preciosas foram relegados ao abandono e à negação, o que fica é a tristeza de nos ver praticar esse futebol cafajeste em lugar daquele que um dia fez o mundo nos reverenciar como berço da arte no futebol.

Quem sabe a seleção pode nos resgatar a imagem dentro de campo?

Pelo menos nas arquibancadas o brasileiro recupera seu senso crítico e manifesta seu repúdio a esse corrupto circo instalado em Brasília; o corrente coro que homenageia o poste petista em todos os estádios do país é mais que revelador, é uma esperança de que a sociedade tenha acordado e esteja pronta para defenestrar essa ditadura petista pelo grito das urnas.   

quarta-feira, 7 de maio de 2014

ENTRE SÊNECA, RUI BARBOSA E EDMUND BURKE





“Não há bons ventos para quem não sabe para onde ir.” Sêneca

Mais atual que nunca, a frase de Sêneca nos serve para demonstrar a falta de rumos da sociedade brasileira. Soterrada pela mais absoluta falência moral, banalizada em seus valores mais elementares quando se percebe maior dimensão e repercussão no reles episódio de uma banana – ainda que deglutida com ironia e personalidade – que na perda de uma vida pela estupidez escatológica do objeto atirado, eis que essa sociedade não consegue discernir escalas de importância mesmo que no mesmo cenário de alienação.

Nosso país vive há anos um quadro de guerra civil sem precedentes e sem parâmetros fora dos cenários de conflito no mundo; são mais de cinquenta mil mortes/ano entre trânsito urbano, estradas, tragédias de periferias e um sistema de saúde criminoso, mas os intrépidos dirigentes políticos embandeirados do vermelho de diferentes siglas dessa sopa de letrinhas autodenominadas partidos planejam suas permanências no circo e se lhes importa mais o butim de amanhã que os descalabros revelados de ontem. Com isso, somos o anúncio de vexames garantidos frente ao mundo, quando assistimos aos escandalosos descompassos no cumprimento de contratos jamais honrados para realizar eventos do porte de uma Copa do Mundo de Futebol e dos Jogos Olímpicos, ambos a poucos passos de confirmar nossa eterna vocação para o fracasso da competência, mas sucesso pleno da corrupção.

Que nação pretenderia construir essa sociedade que cala diante de tantos desvios, que aceita toda e qualquer mentira passivamente, que convive com um total desrespeito pela vida, pela propriedade, pelos critérios de justiça e pelos caminhos do mérito? Que ideia de liberdade de expressão pode ter esse tecido social mais favorecido pelas fortunas da vida, quando vê destruírem seu idioma, sua história e até mesmo sua possibilidade de futuro com esse presente execrável que lhe é imposto e não reage, não demonstra indignação, não se organiza para a mudança?

Sinto que de forma acelerada vão se deteriorando um a um todos os pilares que nos foram legados pelas gerações passadas quando ainda havia apreço pela cultura e cultivavam-se valores e mestres.

Nada escapa desse mar de lama em que jogaram o país, nada mesmo,  incluindo-se o povo. O Brasil perdeu totalmente a honra e o senso de decência. Está como um bêbado trôpego sem noção de que caminho seguir.
Um país pode recuperar-se de uma recessão econômica, de um desastre natural, mas é dificílimo escapar de uma decadência moral como a que se verifica atualmente, principalmente tendo uma população em sua maioria inculta e extremamente ignorante e, neste caso, a decadência moral leva à decadência econômica e a uma tragédia de consequências imprevisíveis.”  Rômulo Nogueira

O trecho acima, brilhantemente escrito pelo autor citado e extraído de uma conversação em grupo de debate fechado, demonstra que há, ainda, fagulhas de honradez e de preocupação com os destinos desta nação; ainda restam trincheiras com homens de bem dispostos a lutar para reverter esse processo de pasteurização do amorfo com que a ditadura lulista nos tem acorrentado e amordaçado. A questão é fazer rastilho dessa fagulha e semeá-la em almas íntegras, fazê-las germinar e formar campos de esteio moral que nos reestabeleçam os pilares da república, ou da monarquia, porque não, já que ao tempo de D. Pedro II éramos mais Paris que Bolívia...

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.” Rui Barbosa (Senado, 1914)

As palavras de Rui Barbosa, o “Águia de Haia”, soam contemporâneas mesmo tendo sido proferidas no alvorecer da república; vislumbrava ali o inigualável tribuno o quanto viria de esfacelamento moral permear a classe política que se formava à sombra dos interesses pessoais. De lá aos nossos dias, com o desmonte sistemático das bases da educação, das raízes do idioma e das referências culturais, o retrato só revelou com mais nitidez nossa falência social.

Mais alguns dias e a nação estará de chuteiras contra o mundo. Nada contra torcer, o futebol está na alma brasileira e contamina todo nosso planeta, esse planeta bola. Não me incluo entre os que desejam a derrota como forma de protesto; é rasteiro demais, pequeno demais, para me seduzir, mas tampouco me iludo com a qualidade atual desse nosso futebol que um dia já encantou a todos.

Entendo que esse universo reflete exemplarmente o esgarçamento de nossos valores e a tibieza de princípios que impera nesse mundo das quatro linhas. A escassez de grandes e verdadeiros talentos surgidos em nossos gramados é espelho cristalino de sua contaminação por exploradores, falsos empresários e até mesmo criminosos, todos ignorando a formação, os fundamentos e os conceitos do esporte e privilegiando a entrada daqueles mais facilmente manipuláveis em sua sanha de lucros fáceis em detrimento da arte e da essência do nosso futebol.

Mesmo assim acredito em superação e, mais que tudo, acredito na mística da camisa amarela promovendo uma fabulosa catarse coletiva porque reivindicar na vitória, exigir em meio à alegria lúdica do futebol, tem ainda mais força que trocar princípios por fracasso inútil  que em nada mudará a essência de um povo tão sofrido quanto negligenciado, apenas o fará chorar mais uma derrota.

A oportunidade é ótima para emprestar volume, para amplificar o repúdio ao que aí está e fazer crescer exponencialmente o grito por mudanças, por novos rumos que nos distanciem dessa insensatez bolivariana, que nos vacine contra esse veneno cubano que essa corja busca inocular em nossas veias.

Resta saber se seremos capazes de superar nossas limitações – tanto aquelas dentro de campo quanto as de fora, as do tecido social roto que hoje temos – e vencer, fomentar desejos e brios, arrebatar almas que entendam ser possível um futuro com luzes.

"Para que o mal triunfe, basta que os homens de bem se calem.”  Edmund Burke                                               

Nas simples, mas cirúrgicas, palavras de Burke residem todas as minhas esperanças de imaginar o amanhã de nossos filhos, os nossos netos e bisnetos, plantado sob o sol da verdadeira democracia, livre, despida de tutelas ideológicas ou de ranços étnicos e, acima de tudo, generosa em oportunidades para quem luta pelo sucesso através da virtude, nunca pelos caminhos do mal.